O debate sobre os impactos da produção de proteínas para as mudanças climáticas se intensificou nos últimos anos. Para alcançar a meta de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a atividade pecuária fatalmente será obrigada a reduzir emissões e aumentar sua produtividade média por hectare. Governos e Organizações Intergovernamentais ​​têm reconhecido cada vez mais a saúde animal como uma ferramenta crítica para abordar essas metas interligadas, uma vez que rebanhos mais saudáveis ​produzem mais com menos emissões. 

A COP30, a ser realizada no Brasil, em novembro, será uma oportunidade para incluirmos a saúde animal no debate climático. No começo de 2022, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) emitiu uma série de relatórios* que pediam aos países para melhorar a saúde dos rebanhos com o intuito de reduzir suas emissões e as lacunas globais de nutrição.

“Esses relatórios mostram como a saúde animal pode ser um ponto comum na discussão sobre sustentabilidade na atividade pecuária. Os números comprovam que rebanhos mais saudáveis ​​são uma vitória tripla, já que beneficiam pessoas, proporcionam bem estar animal garantindo, também, a qualidade da carne, além de impactar positivamente no meio ambiente”, afirma Emilio Salani, vice-presidente Executivo do Sindan.

Em 2025, Belém será sede da COP30, evento que reúne líderes dos setores público e privado de todo o mundo para debater os caminhos para um futuro sustentável. A agricultura certamente estará no centro das atenções nesta edição, considerando a posição do Brasil como um importante produtor e exportador agrícola. 

Neste contexto, uma visão unificada em relação à saúde animal pode fornecer a base crucial para garantir um entendimento comum dos desafios e oportunidades. Por isso, a importância de trabalharmos lado a lado com os parceiros da cadeia brasileira de proteínas, promovendo tecnologias que beneficiem os agricultores e o clima.

Ao lado do Sindan, o Health for Animals, a associação global de saúde animal, trabalhará para consolidar essas parcerias com os stakeholders, na geração de informações, na identificação de oportunidades de comunicação e na interlocução com governos e empresas.

“O trabalho está apenas começando. Em março recebemos a liderança do Health for Animals aqui no Brasil para uma discussão sobre a comunicação do nosso setor neste ano de COP em Belém. O objetivo é levar dados científicos e as histórias reais de sucesso na pecuária brasileira para mostrar que é possível produzir com eficiência e baixo balanço de carbono. A tecnologia será fundamental neste novo momento da pecuária”, conclui o executivo do Sindan.

*Relatórios da FAO

https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/d376d022-3ecd-4bc9-a842-491d796d635e/content

https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/a06a30d3-6e9d-4e9c-b4b7-29a6cc307208/content

http://openknowledge.fao.org/items/b86cd543-e8ca-4e95-b5d2-06ea6af23842