À medida em que o Brasil se prepara para mais um ano desafiador, política e economicamente, o setor de saúde animal chega a 2026 fortalecido e com perspectivas amplamente positivas. A resiliência demonstrada ao longo da última década, com crescimento médio de 10% ao ano, somada a avanços regulatórios e ao reconhecimento crescente da importância da sanidade e da sustentabilidade para a competitividade da agropecuária nacional, sustenta um cenário de otimismo para o próximo ano.
Mesmo em meio às incertezas fiscais e aos entraves estruturais que impactaram o país em 2025, a indústria manteve sua capacidade de adaptação e crescimento. As projeções internas do Sindan indicam que, em 2026, o setor deve registrar mais um desempenho sólido, impulsionado por investimentos contínuos em inovação, expansão de portfólio, maior integração com cadeias produtivas e adoção acelerada de tecnologias de precisão.
Esse ambiente favorável não se limita ao mercado. Ele é resultado direto do amadurecimento das relações institucionais do Sindan com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Congresso Nacional e demais órgãos estratégicos. O diálogo construído ao longo dos últimos anos criou uma base sólida para negociações mais técnicas e produtivas, permitindo avanços em agendas sensíveis e historicamente desafiadoras.
Em 2025, o setor consolidou pautas importantes — como o aprimoramento do processo de registro de produtos, o fortalecimento do arcabouço regulatório para bioinsumos, o avanço nas discussões sobre vacinas autógenas e a continuidade dos esforços para a transição segura do fim da vacinação contra a febre aftosa. Esses temas continuarão no centro da agenda em 2026, agora em um ambiente mais amadurecido e com maior alinhamento entre técnicos, reguladores e empresas.
O Sindan entra neste novo ciclo com uma atuação ainda mais estratégica. As comissões internas — Animais de Companhia, Informações de Mercado, Técnica e Regulatória, Recursos Humanos, Logística e demais grupos de trabalho — ampliaram sua capacidade de produzir inteligência setorial. Estudos sobre o mercado pet, relatórios de desempenho industrial, análises de tendências trabalhistas e levantamentos sobre inovação seguirão orientando os associados e influenciando políticas públicas com base em evidências.
Esse ecossistema de informação confiável fortalece a competitividade da indústria, permitindo decisões mais embasadas e maior clareza sobre desafios emergentes. Entre eles, destacam-se a incorporação de biotecnologia, o impacto das mudanças climáticas no manejo sanitário, a evolução dos perfis de consumo e a necessidade crescente de soluções preventivas para garantir bem-estar e produtividade.
Outro pilar central para 2026 será o trabalho contínuo de apoio técnico e jurídico aos associados. O Sindan seguirá atuando como primeira linha de defesa contra barreiras regulatórias e como articulador em debates que envolvem temas complexos, como biossegurança, pesquisa clínica, registros, farmacovigilância, concorrência e acesso a mercados. A atuação integrada das equipes continuará garantindo agilidade e segurança jurídica para que as empresas possam focar no essencial: desenvolver produtos, ampliar investimentos e reforçar o protagonismo do Brasil no cenário global.
O Sindicato também pretende intensificar sua presença em fóruns internacionais, ampliando a participação em entidades e grupos globais dedicados à saúde animal. Em um momento em que o Brasil ganha notoriedade como potencia agroambiental, reforçar o posicionamento internacional do setor é estratégico para atrair investimentos, harmonizar regulações e fortalecer o comércio exterior.
Há, também, um componente humano essencial nessa expectativa positiva. A equipe técnica, administrativa e institucional do Sindan demonstrou, nos últimos anos, capacidade de transformar desafios em oportunidades por meio de profissionalismo, dedicação e visão estratégica. São esses profissionais que constroem diariamente os pilares que sustentam a reputação da entidade como referência em diálogo qualificado, articulação política e produção de conhecimento.
Para 2026, a entidade projeta ampliar programas de capacitação, comunicação, integração entre associados e difusão de melhores práticas. A intenção é fortalecer ainda mais a cultura de colaboração interna, tornando o setor de saúde animal cada vez mais preparado para responder a demandas crescentes e sofisticadas de um mercado global em transformação.
Com avanços regulatórios significativos e um ecossistema de inovação cada vez mais robusto, o setor de saúde animal chega a 2026 em posição privilegiada. O Sindan vê o próximo ano como uma oportunidade de consolidar conquistas, aprofundar o diálogo institucional e impulsionar o desenvolvimento sustentável da indústria. A expectativa é de que o setor continue sendo um dos motores silenciosos — mas essenciais — da competitividade agropecuária brasileira.
Emilio Salani
Vice-presidente Executivo do Sindan