Dados preliminares do Sindan apontam um crescimento acima de 18% no período, puxada pela alta demanda por proteínas no exterior e uma diversificação maior do consumo interno de carne
A saúde animal tem sido um pilar importante para a sustentabilidade de diversos setores, desde agropecuária até o mercado pet. Não à toa, o segmento de saúde animal deve registrar um crescimento acima dos 18% em 2021, em comparação ao ano anterior, de acordo com dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). A pandemia do coronavírus aumentou a demanda externa por proteína, que aqueceu o setor enquanto a crise econômica e a alta nos preços afetavam o Brasil e direcionavam o consumo interno para tipos mais variados de carnes.
Estimativas anteriores previam uma alta de apenas 8,4%. O Sindan aponta alguns aspectos que contribuíram para esse aumentado expressivo. Entre os principais estão a alta em exportações, principalmente em carne bovina e suínos, crescimento na demanda por proteína, melhora na produtividade do setor agropecuário, aumento no número de adoção de pets e relações mais próximas entre os animais de companhia e os tutores, o que intensificou o cuidado.
“Quase todos os importadores da carne do Brasil aumentaram suas demandas. Somando isso a uma busca maior por eficiência na produção agropecuária e um movimento do mercado de valorização do bem-estar dos animais, isso rendeu um crescimento expressivo no setor de saúde animal. Além disso, temos visto uma grande movimentação no setor pet. Com o aumento no número de animais de companhia nos lares brasileiros, os tutores começaram a investir mais na saúde e bem-estar dos animais, movimentando o mercado”, afirma Emilio Salani, vice-presidente executivo do Sindan.
Para este ano, a expectativa do setor é de um crescimento um pouco menor, embora acima da média histórica do segmento de saúde animal. São estimados aumentos nos preços de suplementos e produtos terapêuticos, baixo crescimento na exportação, alta nos custos de produção, alta demanda por vacinas e estabilização do mercado pet. As projeções para 2022 são de que o segmento cresça cerca de 12% e continue estável nos próximos anos.
Projeção da Indústria Veterinária para 2022
- Bovinos: crescimento de 10,5% para animais sem aftosa – Virada do ciclo da pecuária com pressão no preço da arroba; repasse dos preços dos laboratórios por conta dos insumos; aumento de pressões ambientais; possíveis embargos por motivações políticas; baixo crescimento em exportação e diminuição do mercado de aftosa.
- Aves: crescimento de 9,9% – Aumento nos custos de produção; mercado interno aquecido para ovos e carne de frango; manutenção de preços elevados.
- Suínos: crescimento de 13,3% – Retomada do plantel de suínos da China; diminuição de exportações; alta demanda por vacina e mais medicamentos; queda no uso de antimicrobianos e uso maior de aditivos de performance.
- Equinos: crescimento de 9% – Necessidade de importar outras fontes de proteína e crescimento linear sem eventos particulares.
- Pets: crescimento de 16,5% – Estabilização da curva de crescimento; mercado continua aquecido estimulado pelo isolamento social; aumento de preços e chegada de novos produtos; cuidados mais especializados e aumento de medicalização.